Ninguém fala mais de tecnologia e inovação sem considerar o impacto no mundo

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De todos os eventos importantes para marcas, empreendedores e entusiastas da inovação no ocidente, o South by Southwest (SXSW) é o mais midiático, futurista e, ao mesmo tempo, humanizado. Para ter dimensão: dos mais de dois mil temas debatidos na sua programação na edição de 2022, nenhum deixou de atravessar o impacto que tudo que estamos construindo para o futuro tem no mundo hoje – e pode ter amanhã.

Cerca de 75 mil pessoas acompanharam o máximo que puderam pessoalmente em Austin, no Texas, onde o evento ocorre há 35 anos. Nosso CEO Ciro Ribeiro Rocha foi uma delas. Dessa experiência incrível, trouxe insights pensados para marcas e negócios do presente que querem ser ou continuar sendo protagonistas. Vamos lá?

O meio não importa mais

Uma das coisas ainda pouco óbvias para quem empreende, mas que já é caminho sem volta, é a concorrência em potencial com toda e qualquer marca, mesmo fora do seu nicho inicial. Estamos em um mundo cheio de collabs entre marcas, inclusive aquelas não óbvias para uma parceria.

“No fim das contas, nessa era de tanta abundância, precisamos entender como captar informações. E o meio, seja um trator ou um cartão de crédito, não importa mais. Isso vira commodity. O que importa, de fato, é como eu impacto a vida das pessoas”, frisa.

Falamos de collabs entre empresas, mas podemos ir além para ilustrar: em algum momento a ESPN poderia imaginar que seria concorrente da Red Bull? Bom, desde que a marca de energéticos criou sua própria plataforma de streaming voltada para esportes e aventura, elas concorrem no digital.

Quem pensa marca de uma perspectiva de negócio mais vinculada a impacto e conexão, sai na frente e não se limita no jogo. “Quais são as oportunidades que existem na sua marca para estender a categoria de uma forma natural? Não é sair de sorvete para marmita congelada, mas entender quais os comportamentos que influenciam no que vocês estão falando”, questiona.

Tudo tem limite (ético)

Muita gente brinca que internet é terra sem lei, mas não é assim. Estamos caminhando, enquanto humanidade, para um lugar em que tudo estará interligado. Nesse contexto, a matéria prima básica é o dado. E algo tão relevante não pode ser pensado e muito menos tratado sem ética.

“O quanto eu estou disposto a fazer? Quero uma experiência fantástica de entrar em uma loja, ser chamado pelo nome, a pessoa que me atende entender o que eu já compro e me recomendar coisas que estão em promoção, mas, ao mesmo tempo, não quero abrir mão da minha privacidade”, pontua Ciro.

Qual o limite? A humanidade ainda não sabe, mas nenhum negócio que trabalhe dados e inovação deve tirar isso do horizonte. É algo para estar sempre de olho daqui para frente.

Assunto que ganhou mídia a partir da venda de obras de arte por preços altos, traz consigo, também, um possível futuro para a economia global.

Justamente por não ser fungível e, logo, ser insubistituível, um NFT representa um item único. E isso faz com que ele valha mais que itens que podem ser substituídos por outros iguais, como notas de dinheiro, por exemplo. Na prática, isso significa que seu dono sempre terá direito aos ganhos a partir do item original. Se alguém compra uma música por NFT, passa a ter direito sobre parte dos lucros obtidos com o uso comercial dela em filmes e séries, por exemplo.

Já quem vende o NFT consegue negociar diretamente com quem compra. Por isso, tantos artistas e até mesmo atletas têm buscado financiar seus projetos com a tecnologia. “É sobre aproximação, afinidade, apoio, exclusividade. Se eu tokenizo uma marca ou produto, tiro ali uma cota, eu passo a pensar em contratos nesses aspectos. Isso muda o mercado inteiro de alguma forma”, provoca.

O mundo está sendo questionado

Na prática, isso significa dizer que para além de indagações utópicas, pessoas no mundo inteiro estão se mobilizando para uma vida com mais propósito e com menos impacto negativo para o mundo e as pessoas que vivem nele.

Por que moda tem gênero de forma tão rígida? Negócios estão se popularizando na contramão desse padrão imposto. Por que geramos tanto lixo se isso destrói o único planeta que temos disponível para morar? São negócios, projetos e ações no mundo inteiro tentando nos conscientizar e buscar alternativas. 

Ao mesmo tempo, é preciso agir com cuidado e sabedoria para não cair na armadilha de seguir uma trend com discurso raso. Em casos de práticas de sustentabilidade, por exemplo, quem quer ficar só no discurso pode acabar caindo no greenwashing – termo em inglês para “falsa sustentabilidade” ou “sustentabilidade da boca para fora”. 

“Estamos tendo a oportunidade de criar o mundo que queremos, olhando aquilo que era verdade e assumindo que podemos questionar as coisas. E isso já está acontecendo, quer você queira ou não”, aponta.

Assista em vídeo

Ficou com vontade de entender melhor cada um dos pontos acima? Confira o vídeo completo da live, com pouco mais de uma hora de conteúdo. É só dar o play:

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