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Não é de hoje que a tecnologia é bastante integrada às cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Isso, claro, quando falamos da porteira para dentro.
O uso de tecnologia digital para atividades ligadas à produção já é a realidade de 84% dos agricultores de pequeno e médio porte no país, segundo levantamento recente da Embrapa em conjunto com o Sebrae e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Quando falamos de tecnologias digitais que extrapolam o uso da internet em aplicativos ou computadores para atividades gerais ou obtenção de informações da propriedade ou da produção, o número cai para menos de 25%. Apps voltados para a gestão, dados e imagens remotos, sistemas automatizados e robotizados, informações geolocalizadas entre outras oportunidades não estão sendo aproveitadas. Vale lembrar que o grupo é maioria no agro brasileiro: 77% dos estabelecimentos agropecuários, segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, realizado em 2019.
Mesmo entre os de porte médio para grande, preocupa a pequena disseminação de tecnologia da porteira para fora: nos escritórios. Inteligência Artificial, Internet das Coisas, big data e blockchain são oportunidades que já perpassam o portfólio de tecnologias utilizadas em países com maior cultura de ciência, tecnologia e inovação aplicadas a negócios. No Brasil, isso ainda não se popularizou. Hackear o agro brasileiro é, então, urgente.
Transformação digital é aliada
Muito relevante para a economia nacional, o agronegócio é observado de perto por entidades, governos e consumidores dentro e fora do país. Temas como mudanças climáticas, desmatamento e ESG já avançam a passos largos e com o apoio do melhor da tecnologia atual para o mapeamento, levantamento e análise de dados no setor.
Desde 2020, com o novo contexto pandêmico que arriscou a segurança alimentar em todo o mundo, fez avançar também a transformação digital no campo.
Para Carlos Barbosa, CEO da Aliare, um dos grandes players de tecnologia no agro brasileiro, a tendência é um avanço ainda maior até o fim do período pandêmico. “O agronegócio é um setor que sempre foi receptivo a inovações, principalmente em relação a tecnologias de produção, máquinas, implementos e insumos. Mas acho que o produtor demorou um pouco mais para adotar tecnologias de gestão e controle. O que eu vejo acontecendo agora, e acredito que continuará nesta pandemia, é uma aceleração nesse cenário”, explica.
O que já sabemos é que o uso cada vez mais qualificado de dados pode acelerar não só a força produtiva como a inteligência de negócio no agro, mas, pensando no futuro, as possibilidades de uso tecnológico na área são praticamente infinitas.
Como hackear o campo?
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