O agronegócio brasileiro é uma potência. Não há o que questionar nesse sentido. Mas, em meio aos agentes dessa safra, ainda são poucos os que conseguem atrair investidores de peso, sobretudo os internacionais.
O número está aumentando desde 2020, ano que ficou conhecido como o boom de IPOs do agro brasileiro. O que essas marcas, que já estão na bolsa, podem ensinar para as demais?
O que nem todo mundo discute abertamente é que IPO não está restrito a negócios grandes em tamanho, mas a grandes negócios – aqueles já devidamente bem estruturados, testados, com diferencial de mercado bem delimitado e capacidade para receber investimentos.
“Os fundos geralmente estão buscando uma empresa que já tenha um modelo de negócio comprovado, que esteja no estágio mais avançado do seu desenvolvimento”, explica Mário Mafud, vice-presidente da GEF Capital Partners para a América Latina.
Investidores de olho no futuro
Outro ponto importante é que, hoje, não se fala de atrair investidores para o agronegócio sem falar de ESG, sigla para “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança). Utilizada pela ONU desde 2005, a sigla ganhou força em todos os cantos do planeta após o início, em 2020, do atual contexto pandêmico.
Desde então, a maioria dos investidores passou a considerar investimento em ESG de forma significativa – mais precisamente 77%, segundo levantamento global da MSCI. “Hoje, o consumidor está cada dia mais antenado no que a empresa está transmitindo e como ela produz”, lembra Mário Mafud.
A principal mudança na atração de investimento é que, com ESG, além de considerarem os índices financeiros, os investidores passam a se preocupar muito mais com fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia.
Estudo da Ernst & Young Global (EY) divulgado em 2021, por exemplo, mostra que boa parte da população consumidora já está preocupada com boas práticas ambientais em toda a cadeia de produção de alimentos e energia. Segundo a consultoria global, o mesmo comportamento se repete nos Estados Unidos. “O consumidor não aceita mais ser um elemento passivo na cadeia de produção do agronegócio, seja na parte de alimentos, fibras, combustíveis ou energia. Ele quer saber de onde veio o produto, como foi produzido e os impactos em toda a cadeia, desde a origem até a mesa ou o tanque de combustível do veículo”, explica Alexandre Rangel, líder do Centro de Excelência do Agronegócio da EY.
Para fazer pensar
Se esse assunto te interessa, nosso report O agro que marca: tendências e reflexões para marcas protagonistas do agronegócio brasileiro pode trazer outros bons insights sobre atração de investidores, transformação digital, inovação, branding e muito mais.
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